Aliada ao ponto, encontra-se a cor vermelha, uma cor quente,
que está associada à paixão e ao coração humano. Uma vez que o refrão da música
destaca o amor entre uma mãe e o respetivo filho, “Quero voltar/Para os braços
da minha mãe”, o vermelho acentua a dimensão e a força desta relação. Acrescenta-se
o facto desta cor se fazer sobressair de entre a foto que lhe serve de fundo,
sendo assim esta também tem a função de atribuir importância à pessoa que
emigra e de a focar como a personagem principal. Utilizamos a cor preta, porque
esta é uma cor associada à tristeza e sofrimento. Estes sentimentos prevalecem
no momento da partida, portanto não poderiam ficar sem representação na nossa
composição.
Para além destes dois elementos, é
visível também a linha, que
indica atividade, na medida em que os pontos que representam o deslocamento da
pessoa que parte, causam a perceção de movimento e deslocação.
A forma
está também presente na janela e asa do avião, acabando por tornar a capa mais
harmoniosa e interessante.
Por
fim, a textura também está
muito presente quando visualizamos as nuvens. Elas no seu imediato levam-nos a
remeter para o campo do toque. Algo macio, que se desfaz por tão frágil que é.
Composição e Técnicas de Comunicação Visual
Como
Dondis diria: “As Técnicas Visuais oferecem
ao designer uma grande variedade para a expressão visual do conteúdo. Existem
como polaridades de um continuum, ou como abordagens desiguais ou antagónicas
do mesmo significado.”
Tendo
em conta o anteriormente dito, não poderíamos deixar de identificar as várias
técnicas que estão presentes na nossa composição visual.
No que diz respeito ao
nosso projeto, então, as técnicas que estão presentes são o equilíbrio, a
regularidade, simplicidade, transparência, subtileza, atividade, minimização e
profundidade.
O equilíbrio
e a simplicidade surgem da
harmonia causada pelas nuvens e pelo céu, que nos dão a ideia de estabilidade,
causando um ambiente agradável, simples e, ao mesmo tempo, elegante.
Quanto à regularidade, diz respeito ao conjunto de pontos que, apesar
de se encontrarem em distâncias diferentes, com o objetivo de criar movimento,
são regulares.
A transparência
resulta do facto de podermos ver a paisagem, mas também o interior da janela do
avião estando, por isso, presente o fator de translucidez.
A subtileza
está claramente presente, uma vez que estamos perante um ambiente puro,
elegante e delicado. Desta forma, também podemos referir a minimização, uma vez
que o observador não necessita da presença de elementos extravagantes para ser
visualmente eficaz. Neste caso, os elementos são mínimos, mas de fácil
compreensão visual.
A atividade
está presente nos pontos que remetem para o movimento do individuo, bem
como na linha que este percorre, transmitindo-nos a ideia de direção e
deslocação.
Por fim, podemos referir a profundidade, que se encontra
relacionada com o seguimento dos pontos na capa que nos remete para uma
realidade mais próxima e ao nível que vão avançando nos transportam para um
distanciamento.
Composição, Teoria de Gestalt e Leis da Perceção
Fazendo
o paralelismo com outra das matérias lecionadas nas aulas, seguidamente iremos
abordar de que modo a Teoria de Gestalt
e as Leis da Perceção estão presentes na nossa composição.
Esta
lei consiste na psicologia de análise de tudo o que nos rodeia. Ou seja,
podemos observar uma composição visual e ver o seu todo ou, simplesmente,
verificar que esse todo é composto por partes interativas que podem ser
visualizadas de forma independente e com significado próprio. No entanto, nunca
descartando o facto de, no conjunto, todas as partes formam um todo.
Após uma reflexão chegamos à conclusão que as duas
leis que estão presentes na sua integridade são:
O
Fechamento: lei de Gestalt
que explica o facto do nosso cérebro tender a fechar elementos de modo a
conseguir associar aquelas determinadas composições a objetos ou realidades já
conhecidas. No caso da construção do CD, o que visualizamos são um conjunto de
pontos vermelhos e pretos, mas o nosso cérebro tende a procurar identificar
esses pontos com algo conhecido. A verdade é que, se afastarmos o CD,
verificamos que esses pontos representam duas pessoas, neste caso mãe e filho,
que estão abraçadas. Então, concluímos que apesar de a ideia ser a observação
dos pontos, das partes, e não do todo, o nosso cérebro associa as partes do
todo e automaticamente chega à realidade que lhe satisfaz a vista. Neste caso,
são as pessoas a abraçarem-se como foi dito anteriormente.
As
Experiências passadas: é a
lei que, para nós, apresenta maior relevância, uma vez que a arte é subjetiva,
muda consoante a pessoa, o seu caráter, personalidade e gostos. Neste campo
todas as experiências vividas são, sem dúvida, verdadeiros arquivos e
laboratórios constantemente prontos a ser utilizados para a produção de arte. A
capa e o CD foram elaborados consoante aquilo que sentimos enquanto grupo. Não
existe certo ou errado. É a nossa interpretação, a nossa maneira de encarar a
realidade representada.