quarta-feira, 8 de março de 2017

Projeto #1 - Conclusão

Chegamos ao fim da nossa primeira aventura, e que aventura esta! Divertimo-nos muito, saímos da nossa área de conforto e alcançamos os objetivos traçados! O projeto número um chegou ao fim e o nosso lançamento no ramo do design foi alcançado com sucesso.
Uma dessas metas era incluir na nossa composição visual, capa e CD, os elementos básicos e as técnicas da comunicação visual. Mas, este projeto lançou-nos nuns horizontes muito mais abrangentes. Nós conseguimos transmitir visualmente aquilo que ouvimos e sentimos. Juntamos o tato, a visão e a audição e percecionamos que possuímos muitas capacidades que muitas vezes estão escondidas por de trás da nossa pessoa. Por outro lado, sabemos que este mundo do design é uma imensidão e que temos uma longa caminhada pela frente.
Os nossos olhos começaram a ser treinados. Agora sabemos que beleza não é tudo, que o todo não é tudo e que a associação de algo a uma realidade conhecida também não o é. Atualmente, conseguimos visualizar uma composição e separar as suas partes. Conseguimos interpretá-las independentemente e atribuir-lhe significado. É bom conseguirmos ir do todo para a parte, e da parte para o todo. Nesse ponto, podemos ainda não o ter alcançado na totalidade, mas que demos um grande passo demos.
Concluindo, conseguimos relacionar música com Elementos Básicos da Comunicação Visual, Técnicas da Comunicação Visual e Teoria de Gestalt. A nossa visão, perceção e interpretação evoluiu a passos largos.
Estamos prontas para mais uma viagem neste mundo onde as coisas são aquilo que nós queremos que sejam.



Projeto #1 - Memória Descritiva

Interpretações gerais

 “Braços da minha mãe” é uma música portuguesa que contém uma carga emocional elevada. Aborda um tema que não passa despercebido nem o é ignorado por ninguém. Aliás, é um tema com o qual mais proximamente ou mais distantemente todas as pessoas se identificam. Emigração. Palavra fria, cruel, triste, desencorajadora. O desacreditar do próprio país nos seus profissionais.
A letra da música é muito forte e a melodia que a acompanha acrescenta mais melancolia à música. O ritmo desta é calmo, mas de uma certa forma de revolta, de inconformismo com a realidade, a expressão da saudade. Saudade. Palavra que melhor descreve a música. Ter saudade é bom quando parte de um esforço que foi resultado de uma escolha, ou quando é em prol de algo que ambicionamos. Mas, esta saudade é má e cruel. É o tirar os filhos dos braços das suas mães.
A música apresenta um retardando no refrão que é o momento de ênfase da melodia que remete para a ambição de regressar a casa. Um retardando a nível musical, por si só, já nos faz idealizar um movimento circular, acrescentando a ideia de “voltar” para o ceio familiar faz-nos criar visualmente um círculo que simboliza o throwback. Por estas razões, o regresso está representado na nossa composição visual no CD que tem um comportamento circular. No centro deste encontra-se caracterizado o abraço entre a mãe e o filho associados à comodidade, proteção e aconchego da família.
A música começa dizendo “chego ao fundo da estrada”, ao fim sem solução, ao desistir de tudo, ao perder de todas as forças, ao desaparecer da motivação. Esta ideia repercutida na melodia encontra-se simbolizada na capa do CD quando existe um conjunto de pontos, que simbolizam todos os emigrantes que partem do seu país, a caminhar sobre a asa de um avião. Os pontos vão caminhando ao longo da asa até que caem no vazio. A criação desta imagem pretende retratar a desistência do emigrante de lutar por uma vida melhor. O rasto de pontos que vai ficando para trás reproduz a porção de si que deixa no seu país, como a sua família, os seus amigos. Na verdade, uma parte de si irá estar sempre onde o seu coração pretendia estar. Este rasto também pode apresentar uma segunda interpretação: o decaimento de uma parte de si devido a todo o sofrimento causado por o acontecimento que está a viver.
O avião foi escolhido para estar presente na capa uma vez que é o principal meio de transporte que leva a população para o país que vai emigrar. A viagem é o momento em que realmente caem em si na realidade que estão inseridos no momento. Deve ser dos episódios mais difíceis de ultrapassar. Adiciona-se o facto de os aeroportos serem os locais mais associados às despedidas, aos regressos e à emotividade.
O céu e as nuvens na capa remetem-nos para a introspeção. O céu é algo vago, que nos faz pensar sobre a vida e se comporta como alguém que nos ouve sem nos por à disposição de críticas. A composição musical é ela própria um desabafo, daí a ligação com o elemento anteriormente explicitado.
No CD, o céu também se encontra reproduzido, agora sem a presença do avião. Neste contexto do regresso, o céu reflete o conforto e a felicidade de voltar a estar junto daqueles que ama.
No geral, a capa demonstra o sofrimento transmitido pela melodia, e o CD a alegria do regresso a casa.
Todas as personagens são compostas por pontos. A explicação da utilização deste elemento básico da comunicação visual, sinteticamente, é o facto de estes atribuírem anonimato, mas simultaneamente singularidade a cada indivíduo. Este ponto, irá ser abordado aprofundadamente no próximo tópico, assim como a explicação do porquê do uso da cor vermelha e preta.



Composição e os Elementos Básicos da Comunicação






Quanto à utilização dos Elementos Básicos, optamos por destacar o ponto. Ao dar à personagem anonimato e simultaneamente unicidade, acaba por representar qualquer pessoa.

 A música de Pedro Abrunhosa, pretende transmitir a dor da partida de qualquer emigrante, que se encontra nostálgico em relação a toda a vida passada perto do seu país e da sua família. Deste modo, acreditamos que o ponto é o elemento básico que melhor pode representar o nosso objetivo: um emigrante, cuja identidade é desconhecida (de forma a poder adaptar-se a todos) e que vai partir para outro país em busca de uma vida melhor (capa de cd), mas não conseguindo despegar-se da sua mãe (cd). Os pontos aqui representam o emigrante e todo o doloroso percurso da sua partida. O aglomerado inicial simboliza o momento da despedida, o contacto com os familiares enquanto que, quando surge a linha de pontos, o emigrante já se encontra isolado. A dispersão dos pontos, quando chegam ao final da asa do avião, retratam a entrada num mundo desconhecido, o estarem desamparados e distantes dessa realidade. Então, esses mesmos pontos pretendem refletir o quão perdida a pessoa que vai para longe fica, a sua desorientação. Se observarmos com atenção, a própria fotografia de fundo contém pequenos pontinhos brancos. Estes trazem consigo dispersão, mas também simplicidade e naturalidade.
 A capa ao ser elaborada por um conjunto de pontos, torna-a cúmplice com as pessoas que a observam. Isto é, cada um pode interpretar aquele elemento básico da comunicação consoante aquilo que sente ou que quer imaginar, não lhe sendo imposto nenhum “objeto” conhecido. Tal como o professor referiu em aulas lecionadas, o ponto tanto pode ser algo fofo, querido, que simbolize amor, como algo frio, distante e maquinizado. Tudo depende do contexto e daquilo que se pretende transmitir.
         Aliada ao ponto, encontra-se a cor vermelha, uma cor quente, que está associada à paixão e ao coração humano. Uma vez que o refrão da música destaca o amor entre uma mãe e o respetivo filho, “Quero voltar/Para os braços da minha mãe”, o vermelho acentua a dimensão e a força desta relação. Acrescenta-se o facto desta cor se fazer sobressair de entre a foto que lhe serve de fundo, sendo assim esta também tem a função de atribuir importância à pessoa que emigra e de a focar como a personagem principal. Utilizamos a cor preta, porque esta é uma cor associada à tristeza e sofrimento. Estes sentimentos prevalecem no momento da partida, portanto não poderiam ficar sem representação na nossa composição.
         Para além destes dois elementos, é visível também a linha, que indica atividade, na medida em que os pontos que representam o deslocamento da pessoa que parte, causam a perceção de movimento e deslocação.
         A forma está também presente na janela e asa do avião, acabando por tornar a capa mais harmoniosa e interessante.
Por fim, a textura também está muito presente quando visualizamos as nuvens. Elas no seu imediato levam-nos a remeter para o campo do toque. Algo macio, que se desfaz por tão frágil que é.


Composição e Técnicas de Comunicação Visual




Como Dondis diria: “As Técnicas Visuais oferecem ao designer uma grande variedade para a expressão visual do conteúdo. Existem como polaridades de um continuum, ou como abordagens desiguais ou antagónicas do mesmo significado.”
Tendo em conta o anteriormente dito, não poderíamos deixar de identificar as várias técnicas que estão presentes na nossa composição visual.
 No que diz respeito ao nosso projeto, então, as técnicas que estão presentes são o equilíbrio, a regularidade, simplicidade, transparência, subtileza, atividade, minimização e profundidade.
         O equilíbrio e a simplicidade surgem da harmonia causada pelas nuvens e pelo céu, que nos dão a ideia de estabilidade, causando um ambiente agradável, simples e, ao mesmo tempo, elegante.
         Quanto à regularidade, diz respeito ao conjunto de pontos que, apesar de se encontrarem em distâncias diferentes, com o objetivo de criar movimento, são regulares.
         A transparência resulta do facto de podermos ver a paisagem, mas também o interior da janela do avião estando, por isso, presente o fator de translucidez.
         A subtileza está claramente presente, uma vez que estamos perante um ambiente puro, elegante e delicado. Desta forma, também podemos referir a minimização, uma vez que o observador não necessita da presença de elementos extravagantes para ser visualmente eficaz. Neste caso, os elementos são mínimos, mas de fácil compreensão visual.
         A atividade está presente nos pontos que remetem para o movimento do individuo, bem como na linha que este percorre, transmitindo-nos a ideia de direção e deslocação.
         Por fim, podemos referir a profundidade, que se encontra relacionada com o seguimento dos pontos na capa que nos remete para uma realidade mais próxima e ao nível que vão avançando nos transportam para um distanciamento.

Composição, Teoria de Gestalt e Leis da Perceção 
Fazendo o paralelismo com outra das matérias lecionadas nas aulas, seguidamente iremos abordar de que modo a Teoria de Gestalt e as Leis da Perceção estão presentes na nossa composição.
Esta lei consiste na psicologia de análise de tudo o que nos rodeia. Ou seja, podemos observar uma composição visual e ver o seu todo ou, simplesmente, verificar que esse todo é composto por partes interativas que podem ser visualizadas de forma independente e com significado próprio. No entanto, nunca descartando o facto de, no conjunto, todas as partes formam um todo.
Após uma reflexão chegamos à conclusão que as duas leis que estão presentes na sua integridade são:

O Fechamento: lei de Gestalt que explica o facto do nosso cérebro tender a fechar elementos de modo a conseguir associar aquelas determinadas composições a objetos ou realidades já conhecidas. No caso da construção do CD, o que visualizamos são um conjunto de pontos vermelhos e pretos, mas o nosso cérebro tende a procurar identificar esses pontos com algo conhecido. A verdade é que, se afastarmos o CD, verificamos que esses pontos representam duas pessoas, neste caso mãe e filho, que estão abraçadas. Então, concluímos que apesar de a ideia ser a observação dos pontos, das partes, e não do todo, o nosso cérebro associa as partes do todo e automaticamente chega à realidade que lhe satisfaz a vista. Neste caso, são as pessoas a abraçarem-se como foi dito anteriormente.

As Experiências passadas: é a lei que, para nós, apresenta maior relevância, uma vez que a arte é subjetiva, muda consoante a pessoa, o seu caráter, personalidade e gostos. Neste campo todas as experiências vividas são, sem dúvida, verdadeiros arquivos e laboratórios constantemente prontos a ser utilizados para a produção de arte. A capa e o CD foram elaborados consoante aquilo que sentimos enquanto grupo. Não existe certo ou errado. É a nossa interpretação, a nossa maneira de encarar a realidade representada.



terça-feira, 7 de março de 2017

Projeto #1 - Resultado Final















Projeto #1 - Edição em Photoshop e Illustrator

Usamos o Photoshop para a edição de imagem. O Illustrator é direcionado para a imagem vetorial, pelo que tivemos necessidade de recorrer ao   Photoshop para chegarmos ao resultado pretendido. Nesta plataforma apenas manipulamos ferramentas base, tal como o contraste, brilho, níveis, luminosidade.

Seguidamente, introduzimos a imagem editada no Illustrator e criamos figuras: pontos e linhas.  Metemos-lhe cores diferentes e posicioná-mo-los de diferentes maneiras e começaram a surgir novos contextos.
O CD como queríamos que se o olhássemos distantemente parecesse um abraço, pesquisamos uma imagem com esse tema, colocámo-la no fundo e delineamo-la com os pontos. A verdade é que se apenas a olharmos de perto vemos as partes e não o todo. Se a afastarmos vemos o todo. Esse era mesmo o nosso objetivo.


































segunda-feira, 6 de março de 2017

Projeto #1 - Projeto de elaboração de diversas capas

Antes de apresentarmos o resultado final, achamos pertinente publicar todas as que elaboramos para chegar ao resultado final. Além disso, iremos explicitar que meios utilizamos, para que fins, técnicas utilizadas. Depois de selecionarmos a imagem de fundo da asa de avião com as nuvens, nunca mais a conseguimos largar, porque realmente achamos que ela e a música possuíam uma relação muito próxima e com o qual nos identificarmos.  Assim, as diferentes capas foram aparecendo pela edição da imagem de fundo conjugada com a alternância do uso de diferentes elementos da comunicação visual, ou a sua disposição de um modo diferente. Todas estas alterações conduzem-nos a composições diferentes que nos remetem para diferentes significados e diferentes interpretações da música. Após uma reunião tutorial com o docente, este sugeriu-nos que editássemos a imagem das nuvens para que o seu contexto não tivesse explícito.  Além disso, propôs-nos uma reinvenção da composição, para que não existisse nenhum aspeto figurativo. Posto isto, metemos mãos à obra e começamos, declaradamente, a brincar com o ponto, a reta e a cor.  Disto resultou diversas composições e foi esta aprendizagem crítica do modo de olharmos para a realidade, que nos permitiu chegar a algo que nos agradasse.

Tal como o nosso docente cita: “Errar é essencial, faz parte da aprendizagem e faz-nos crescer como designers”.