terça-feira, 4 de abril de 2017

Projeto #2 - Diferentes tipo de letras

Incluímos nesta tipografia apenas dois tipos de letras distintos: a Stencil e a Tahoma.
Usamos o tipo de letra Tahoma em dois momentos. Primeramente, na escrita dos versos de todo o poema que se encontram "aprisionados" no "N". Seguidamente, usámo-la também para escrever a palavra direi que se encontra definida a grandes dimensões. Apesar da Tahoma ser utilizada em tamanhos diferentes e cores diferentes, apresentam algo em comum: o facto de remeterem para a parte positiva do poema. Tanto as letrinhas pequeninas a branco a simbolizarem os pensamentos do sujeito poético que querem sair do seu "casulo" como o "DIREI" na "front line" da tipografia transportam consigo uma conotação positiva, mais fluída e leve. O facto de querermos transparecer estas características fez com que a nossa escolha quanto ao tipo de letra, neste caso, recaísse para a Tahoma. A sua simplicidade de escrita, traços bem definidos, mas não agressivos, foram aspectos que nos levaram a escolhê-la para refletir os sentimentos pretendidos.
Quanto à Stencil, usámo-la apenas para escrever o "N" aprisionador e o "não" agressivo. Stencil é um tipo de letra que apesar de ser arredondada contém traços invisíveis que as cortam em porções. Este traço faz com que a letra expresse certeza, punição, impedimento, proibição, autoridade. Estas particularidades ainda foram mais enaltecidas quanto o tamanho da letra utilizado foi de grandes dimensões. O "não" tornou-se agressivo , quase como ameaçador e proibitório e o "N", que aprisiona os versos que não conseguem ser transmitidos, encontra-se firme, convicto e forte para aguentar com toda a pressão imposta pelas palavras que buscam liberdade.
Além deste ponto, este tipo de letra é muito parecida à usada pela censura na época Salazarista para censurar livros, notícias, artigos. O carimbo que pintavam nestes textos censurados apresentava cor avermelhada e utilizava um tipo de letra semelhante. Também por este ponto de vista, o Stencil se enquadra no género de letra que necessitávamos para retratar o assunto fulcral do poema: a abstenção da fala.





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